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Ao chegarmos no distrito de Coité, a primeira edificação que buscamos foi a capela de Nossa Senhora da Conceição. Templo bastante antigo, de arquitetura intrigante, e que durante décadas foi o palco de devoção do Padre Lacerda, a capela possui em seu piso e paredes algumas lapides que indicam sepultamentos das famílias fundadoras do lugar.
Muito bem recepcionado por D. Damiana, que me mostrou com muita atenção toda a capela, contando sua história e particularidades, fiquei surpreso em saber que o Padre Lacerda não estava ali sepultado. Abnegado em muitos aspectos, o religioso também decidiu não repousar dentro da capela que ajudou a concluir.
Em busca do seu local de descanso final, saímos do distrito, em direção a Mauriti, e fomos até o cemitério da localidade. Bastante antigo, o campo santo foi erguido a mando do Padre Lacerda, e apesar de sua fachada principal não conservar mais suas características originais, em seu interior é possível encontrar ainda os muros originais em pedra, e uma curiosa sessão de túmulos, todos idênticos e caiados em branco, onde estão sepultados os membros das famílias Maranhão, Lacerda e adjacentes.
Abaixo dessa fileira de sepulturas, de apurada arte tumular, no canto direito do cemitério, um tumulo azul e branco, colado ao muro, passou despercebido até pelos coveiros, que há mais de uma década cuidam do lugar. É neste dito túmulo que se encontram os restos mortais do Padre Lacerda, e de sua mãe e irmã.
Encontrar a sepultura foi bastante difícil, uma vez que a placa que indica que o padre está ali enterrado, tem sua face virada para um local de difícil visualização. Aproveitei a oportunidade e contei um pouco da história do Padre Lacerda aos coveiros, para que melhor possam orientar os pesquisadores que futuramente busquem o local de repouso de um dos mais intrigantes e inteligentes sacerdotes que o Cariri já teve.
