No Sítio Emboscada, na ribeira do rio que corre sobre as pedras da cachoeira de Missão Velha, existe uma construção curiosa e sobre a qual muito se especula sobre data da construção e seu uso inicial. As teorias vão desde a concepção como casa forte dos primeiros sesmeiros no Séc. XVIII – as Cartas Corográficas de Pedro Theberge mostram que a casa forte mapeada por ele estaria em outro local -, adentram no campo das casas de pouso dos comboieiros que movimentaram a economia regional durante mais de um século, passam pela sedição de Pinto Madeira, onde teria sido usada como ponto de apoio, mesma função a que teria servido a cangaceiros algumas décadas atrás.

A arquitetura e concepção estrutural dão indicativos de que poderia ser da metade do XVIII, ou início do XIX – o imóvel tem aberturas similares a seteiras, fragmentos de faiança em seus entornos, e também uma enorme Caiçara em pedra -, mas ainda faltam subsídios para se montar um discurso mais homogêneo, de toda forma as trilhas e atrativos naturais valem a visita não só a casa, mas também ao sítio geológico em suas proximidades. O próprio nome da localidade, Sítio Emboscada, faz referência a fatos importantes da nossa história colonial, como a Guerra de 1724, e conflitos posteriores na região, onde as emboscadas foram amplamente utilizadas como arma de combate.

Atualmente o imóvel encontra-se em ruínas, não existindo medidas para contenção destas, o que ameaça de modo preocupante a preservação de tamanho patrimônio. Cabe ainda destacar a necessidade de estudos arqueológicos da casa e seus arredores, sendo aquele trecho importante ponto de travessia em épocas idas, existindo assim a possibilidade da presença de resquícios dos primeiros ocupadores do Cariri.

VEJA ABAIXO FOTOS E VÍDEO DO IMÓVEL:

Fotos: Antônio Rodrigues

 

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Acadêmico de História na Universidade Regional do Cariri (URCA), foi secretário geral do Instituto Cultural do Cariri (ICC) e conselheiro de cultura do Crato. Fundou o Cariri das Antigas em 2014, e desenvolve pesquisas na área de História Política e Social. Atuou como bolsista da FUNCAP no projeto "Biopoder, Saúde e Saber médico: O Hospital Manuel de Abreu e as práticas de cura e controle da tuberculose na Região do Cariri nos anos de 1970”, coordenado pelo Prof. Dr. Francisco Egberto Melo. É diretor administrativo do Clube do Automóvel do Cariri - Siqueira Campos, sendo o historiador responsável pela edição do periódico do clube, fruto de suas pesquisas acerca da história do automóvel no Brasil, com recorte entre as décadas de 1890 e 1990. Tem como pesquisa de trabalho de conclusão de curso, a História e Desenvolvimento da Aviação no Cariri, com enfoque principal na atuação do Correio Aéreo Militar.