Morreu ontem, 13/08, por volta das 23h, Geraldo Menezes Barbosa, um dos homens com mais extensa lista de serviços prestados a região em nossa história, em especial, Juazeiro do Norte. Como o objetivo do nosso projeto não é ser um periódico noticioso, deixo a pena correr solta, ao falar de figura tão importante para o desenvolvimento de Juazeiro do Norte, mas principalmente, para a memória do município.

Referência para nós, a obra de Dr. Geraldo é imortal, assim como o seu legado. Apesar de ter nascido no Crato, em 06 de junho de 1924, foi em Juazeiro, junto ao pai e irmãos, que ele travou luta nas trincheiras da árdua disputa pela chegada de melhorias para a cidade. Fundou jornais, escreveu crônicas, iniciou campanhas em favor de equipamentos públicos para o município, e lançou livros com suas memórias sobre a urbe e suas pessoas, e principalmente, advogou em favor do Padre Cícero.

Acho errôneo dizer ao leitor, que ao morrer um homem como Dr. Geraldo Menezes, perde-se um referencial, como muitas vezes alguns dizem em casos como esse. Gente que ergue as mangas, faz suar a camisa, e constrói uma trajetória como ele fez, não morre, no máximo, como costumo dizer sempre, se encanta, e ao fazer isso, deixa como marca indelével a capacidade de inspirar novas gerações.

Relembro agora, ao escrever esta pequena lembrança, de minhas reações lendo suas crônicas sobre a vinda de Augusto Santa Cruz, e a sabedoria do Padre Cícero quando deste acontecimento; também foi ele quem me apresentou as primeiras narrativas sobre a tragédia da matriz, ocorrida em 1934. O Correio de Juazeiro, é até hoje é um dos seus maiores legados, e principal fonte sobre o cotidiano de Juazeiro do Norte nas décadas de 1940, e 1950.

Siga em paz, Dr. Geraldo, sua missão foi cumprida com louvor. Deixa agora, saudades imorredouras entre os familiares, amigos e admiradores.

Da esquerda para a direita: Geraldo Menezes Barbosa, (?), Walter Barbosa, Ir. Carolina, na Sociedade de Amparo ao Mendigos, 1950´s. Acervo de Diana Barbosa
Acadêmico de História na Universidade Regional do Cariri (URCA), foi secretário geral do Instituto Cultural do Cariri (ICC) e conselheiro de cultura do Crato. Fundou o Cariri das Antigas em 2014, e desenvolve pesquisas na área de História Política e Social. Atuou como bolsista da FUNCAP no projeto "Biopoder, Saúde e Saber médico: O Hospital Manuel de Abreu e as práticas de cura e controle da tuberculose na Região do Cariri nos anos de 1970”, coordenado pelo Prof. Dr. Francisco Egberto Melo. É diretor administrativo do Clube do Automóvel do Cariri - Siqueira Campos, sendo o historiador responsável pela edição do periódico do clube, fruto de suas pesquisas acerca da história do automóvel no Brasil, com recorte entre as décadas de 1890 e 1990. Tem como pesquisa de trabalho de conclusão de curso, a História e Desenvolvimento da Aviação no Cariri, com enfoque principal na atuação do Correio Aéreo Militar.