Das muitas histórias em torno do Padre Cícero, grande parte tem relação com os romeiros que vinham a Juazeiro em busca dos conselhos do religioso, e de sua bençãos. O estado de Alagoas era ponto de partida de muitos dos que escolhiam a Terra da mãe de Deus como ponto de peregrinação ou de estabelecimento.
Conta a história que uma romeira alagoana que nutria grande fé no Patriarca de Juazeiro e em Nossa Senhora das Dores, ficou impossibilitada, por motivo de doença, de vir a romaria de Juazeiro, e em oração se desculpou com seus santos, pedindo compreensão, e avisando que em seu lugar enviaria sua filha mais nova, como emissária de fé.
As muitas léguas de distância que separavam o torrão natal daquele povo e Juazeiro, eram percorridas a pé, uma façanha sofrida, mas suportada com resiliência e fé. Ao longo dos caminhos, hoje muitos esquecidos, por meio de florestas e serras, esses homens e mulheres várias vezes paravam, afim de retomar o fôlego e se alimentar, e foi numa dessas paradas, já nos domínios da milenar Chapada do Araripe, que o grupo de romeiros partiu, após o descanso, desapercebido da ausência da adolescente, que fora enviada pela mãe como pagadora de suas promessas.
Finalmente arranchados em Juazeiro, foram os romeiros para a Rua São José, em busca da casa do padre, e de suas bençãos. Ao chegarem na presença do Padre Cícero, foram interrogados:
– Está faltando alguém. Onde está a encomenda que mandaram para cá?
Ao perceberem a ausência da menina, o grupo se desesperou, e em prantos, começaram a imaginar meios de o quanto antes fazerem o trajeto de volta e buscar a jovem, que solitária havia ficado na floresta, no que foram interrompidos pelo Padre Cícero, que os disse:
– Não precisa de tanto avexame, infelizmente a onça já a encontrou. Neste sertão, vocês têm de saber que são filhos únicos, e cuidar cada cá um do outro.