Uma das imagens mais distribuídas após o falecimento do Padre Cícero, trata-se desse desenho onde o mesmo aparece rodeado de anjos, em aura celeste.

 

Após a morte do Dr. Floro Bartholomeu, ocorrida em 1926, o Padre Cícero passou algum tempo residindo na casa do falecido, enquanto o casarão da Rua São José era edificado. No novo endereço, outrora localizado na Av. Dr. Floro, a época Rua Nova, aconteceram alguns episódios marcantes da biografia do religioso, dentre eles, o causo do doido de Alagoas.

Conta Geraldo Menezes Barbosa, em seu livro “História do Padre Cícero ao alcance de todos”, publicado em 1994, que certa tarde, já ao cair do sol, o Padre Cícero conversava tranquilamente com José Geraldo da Cruz e José Barbosa dos Santos, quando um alvoroço na rua chamou a atenção de todos, principalmente da Beata Mocinha, governanta da casa.

Um grupo de romeiros vinha em direção a residência do religioso, e entre eles, um homem com os pulsos e os braços atados por cordas, oferecia grande resistência, fungando e girando loucamente, enquanto quatro homens tentavam sem muito sucesso o controlar. Ao entrarem na casa, levaram o doente com muita dificuldade até a presença do padre, momento este em que o pequenino sacerdote, sentado numa rede, nada disse, ficando tranquilamente observando a feição do homem enlouquecido, que continuava inquieto.

Explicaram ao padre, que o sujeito era um homem bom, trabalhador e pai de família, natural do estado de Alagoas, onde há alguns meses havia enlouquecido, não reconhecendo sequer os parentes, e agindo com grande violência. Sensibilizado com a longa e dificultosa viagem que os parentes e amigos do homem tiveram que fazer com ele até sua presença, o Padre Cícero ordenou que fossem tiradas as cordas que prendiam o louco, pedido que foi obedecido com certa relutância.

Livre das amarras, o homem passou as mãos no cabelo, continuando a fungar e fitar a todos com um olhar aterrorizante, até que o padre o ordenou que se ajoelhasse, para que rezassem juntos, tendo ele obedecido mansamente, como uma criança quando responde ao chamado do pai.

O Padre Cícero então falou:

– Eu direi, e você vai repetir: Nossa Senhora das Dores, curai-me.

Obedientemente, o homem que outrora oferecia perigo a todos, vide as cordas ensanguentadas que prendiam seus braços, passou a rezar calmamente junto ao Padre Cícero, tendo em seguida levantado, e reconhecido todos os amigos presentes, com uma feição de tranquilidade e consciência.

Muitos dos que estavam no local, choraram de emoção com o ocorrido, e o Padre Cícero, abençoando a todos, recomendou que dessem ao homem, como remédio, um purgante de jalapa e pinhão, e boas doses de chá de capim santo. Abençoados e felizes, o grupo de romeiros foi embora, levando as cordas e os depoimentos como relíquias milagrosas.

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Acadêmico de História na Universidade Regional do Cariri (URCA), foi secretário geral do Instituto Cultural do Cariri (ICC) e conselheiro de cultura do Crato. Fundou o Cariri das Antigas em 2014, e desenvolve pesquisas na área de História Política e Social. Atuou como bolsista da FUNCAP no projeto "Biopoder, Saúde e Saber médico: O Hospital Manuel de Abreu e as práticas de cura e controle da tuberculose na Região do Cariri nos anos de 1970”, coordenado pelo Prof. Dr. Francisco Egberto Melo. É diretor administrativo do Clube do Automóvel do Cariri - Siqueira Campos, sendo o historiador responsável pela edição do periódico do clube, fruto de suas pesquisas acerca da história do automóvel no Brasil, com recorte entre as décadas de 1890 e 1990. Tem como pesquisa de trabalho de conclusão de curso, a História e Desenvolvimento da Aviação no Cariri, com enfoque principal na atuação do Correio Aéreo Militar.