MATÉRIA ORIGINALMENTE PUBLICADA EM 2016 – TEXTO INALTERADO

Com saudosismo, relembro meus 7 anos de idade, quando meu pai chegou com um VW Brasília 1977, era azul e tinha algumas modificações, antes dela existia uma branca, mas ele tinha mania de desmontar os carros e nunca mais montar, não lembro de ter andando nela. Foi marcante para mim e acredito que para muitos, que tiveram o hatch da Volswagen como primeiro “carro da casa”.

Lançado em 1973, sendo o segundo projeto nacional da Volkswagen, o Brasília vendeu mais de 1 milhão de unidades e foi exportado para outros países, foi um sucesso comercial, além de um projeto bastante eficiente, tendo em conta que sua base mecânica era da década de 30, quando o fusca foi projetado. O Exemplar das fotos, pertence ao colecionador cratense, Ítalo Filho, que também é o atual presidente do Club do Automóvel Cariri – Siqueira Campos. O veículo pertencia a um amigo de trabalho do atual proprietário, e após um bom tempo parada devido a problemas mecânicos, foi vendida ao aficionado pelo VW em questão e atual dono. Com apenas 81.000 km rodados, o Brasília tem detalhes marcantes, como todas as guarnições originais, manual do proprietário, entre outros detalhes.

Nunca fui muito adepto da linha antigomobilista mais conservadora, que deixa seus carros em cavaletes; gosto de conserva-los, mais também gosto de curtir eles, e de longe me identifiquei com o carro dessa edição do D.A. Vemos as marcas de uso, sabemos que ali tivemos pessoas que usaram e muito o carro com o proposito para qual foi construído, aliado ao cuidado com o auto. Acredito que no Brasil inteiro, os VW´s fizeram e fazem história, com a quantidade de carros vendidos e com a qualidade do veículo, ainda é bastante comum ver Kombis e Fuscas, já os Variant, TL e Brasília andam meio sumidos, principalmente no Cariri, que infelizmente já não conserva mais suas antigas concessionárias, como a DRASA, que ficou marcada na memória da nossa região, principalmente dos nossos amigos cratenses.

 

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Roberto Junior
Acadêmico de História na Universidade Regional do Cariri (URCA), foi secretário geral do Instituto Cultural do Cariri (ICC) e conselheiro de cultura do Crato. Fundou o Cariri das Antigas em 2014, e desenvolve pesquisas na área de História Política e Social. Atuou como bolsista da FUNCAP no projeto "Biopoder, Saúde e Saber médico: O Hospital Manuel de Abreu e as práticas de cura e controle da tuberculose na Região do Cariri nos anos de 1970”, coordenado pelo Prof. Dr. Francisco Egberto Melo. É diretor administrativo do Clube do Automóvel do Cariri - Siqueira Campos, sendo o historiador responsável pela edição do periódico do clube, fruto de suas pesquisas acerca da história do automóvel no Brasil, com recorte entre as décadas de 1890 e 1990. Tem como pesquisa de trabalho de conclusão de curso, a História e Desenvolvimento da Aviação no Cariri, com enfoque principal na atuação do Correio Aéreo Militar.