Após nossa primeira visita ao cemitério dos fuzilados do Alto do Leitão, onde constatamos o grave estado de ruína do local (ver matéria clicando aquiaqui ), iniciamos uma campanha para arrecadar fundos e requalificar o local.

Um grupo no WhatsApp foi criado, e relevante número de interessados fizeram contato. Entretanto, o cemitério está localizado em terreno particular, e nenhuma intervenção poderia ser feita sem prévia autorização do proprietário.

Pessoalmente me encarreguei de buscar o contato do responsável. Com a ajuda de Lucas, morador das imediações, consegui o telefone do dono e expliquei a demanda e a importância do local.

Ressaltamos também que não havia qualquer intenção de interferir em seu direito de propriedade, e que estávamos dispostos a assinar e registrar em cartório tal cláusula.

O nosso objetivo era estabilizar as ruínas, restaurar as cruzes, limpar o terreno e abrir um corredor até o local, ampliando a acessibilidade. Também seria inserido um totem, que conteria todo o histórico dos Marcelinos, e também do fuzilamento ocorrido em 1928.

Recentemente recebemos o retorno do proprietário, que infelizmente negou a autorização para execução das obras, apesar dos nossos votos de pesar, em virtude da fragilidade das ruínas do cemitério. Reiteramos nosso pedido, e nos colocamos a disposição do responsável pelo terreno, para em caso de mudança em sua decisão, fizesse contato conosco.

É realmente bastante triste ver tão relevante patrimônio cultural em tal estado de conservação. Enquanto iniciativa privada, fizemos o que estava ao nosso alcance, infelizmente falhamos.

Um dos motivos da negativa do proprietário, está justamente no fato de que cercados e outras intervenções foram feitos sem prévio contato com ele, o que tornou difícil o acesso e as possibilidades de intervenções e manutenção do cemitério.

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Roberto Junior
Acadêmico de História na Universidade Regional do Cariri (URCA), foi secretário geral do Instituto Cultural do Cariri (ICC) e conselheiro de cultura do Crato. Fundou o Cariri das Antigas em 2014, e desenvolve pesquisas na área de História Política e Social. Atuou como bolsista da FUNCAP no projeto "Biopoder, Saúde e Saber médico: O Hospital Manuel de Abreu e as práticas de cura e controle da tuberculose na Região do Cariri nos anos de 1970”, coordenado pelo Prof. Dr. Francisco Egberto Melo. É diretor administrativo do Clube do Automóvel do Cariri - Siqueira Campos, sendo o historiador responsável pela edição do periódico do clube, fruto de suas pesquisas acerca da história do automóvel no Brasil, com recorte entre as décadas de 1890 e 1990. Tem como pesquisa de trabalho de conclusão de curso, a História e Desenvolvimento da Aviação no Cariri, com enfoque principal na atuação do Correio Aéreo Militar.