Numa época em que a lógica jurídica era executada ao soar do bacamarte, montar um exército de jagunços era algo indispensável aos mandões do Cariri, que objetivavam preservar seus cargos e poder político, e até mesmo a vida. Os ritos privados e a lógica das ações desses homens causam curiosidade até hoje, e por isso daremos início a uma sessão de matérias sobre os armamentos utilizados tanto pelos coronéis, quanto pelos cangaceiros e jagunços, e para tanto, escolhemos uma das mais populares armas da história, o rifle Winchester.

Os primeiros experimentos com rifles de repetição fazem referência a patente de Walter Hunt, que em 1848 patenteou em Nova York o “Volition Repeating Rifle”, o projeto era falho e passou por várias modificações até chegar ao rifle Henry, lançado em 1860, e ainda na década de 1850 nomes importantes da indústria bélica se debruçaram sobre esse tipo de armamento, como a Volcanic e a Smith & Wesson. Foi a partir do rifle Henry que o modelo 1866 da Winchester foi projetado.

Em um ambiente habituado com as famosas Lazarinas, Bate Buchas e Soca Soca, e em tempos mais remotos o potente bacamarte, o rifle de repetição fez muito sucesso, rápido e confiável, se tornou o queridinho destas quebradas do vale e do sertão, armou a cabroeira e tornou os ataques cada vez mais furtivos e fulminantes, pois dentre as opções de munição estava o destruidor cartucho .44.
Apelidado como “Papo Amarelo” por conta da estrutura metálica dourada, é ainda hoje encontrado em lojas de armamentos sob a batuta de outros fabricantes, pois a Winchester foi dissolvida nos anos 1970.

Assita o rifle em ação no vídeo abaixo:

 

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Roberto Junior
Acadêmico de História na Universidade Regional do Cariri (URCA), foi secretário geral do Instituto Cultural do Cariri (ICC) e conselheiro de cultura do Crato. Fundou o Cariri das Antigas em 2014, e desenvolve pesquisas na área de História Política e Social. Atuou como bolsista da FUNCAP no projeto "Biopoder, Saúde e Saber médico: O Hospital Manuel de Abreu e as práticas de cura e controle da tuberculose na Região do Cariri nos anos de 1970”, coordenado pelo Prof. Dr. Francisco Egberto Melo. É diretor administrativo do Clube do Automóvel do Cariri - Siqueira Campos, sendo o historiador responsável pela edição do periódico do clube, fruto de suas pesquisas acerca da história do automóvel no Brasil, com recorte entre as décadas de 1890 e 1990. Tem como pesquisa de trabalho de conclusão de curso, a História e Desenvolvimento da Aviação no Cariri, com enfoque principal na atuação do Correio Aéreo Militar.