A construção da nova rodovia que ligará Porteiras a Missão Velha poderá apagar importante fragmento da história do Cariri. O Mausoléu de Antônio Grangeiro, em Porteiras, é o marco de um dos mais bárbaros crimes cometidos pelas forças volantes do Ceará, Pernambuco e Paraíba, no afamado caso do Fogo das Guaribas (Leia mais sobre essa história clicando aqui: http://bit.ly/2tJFkld ), quando o então tenente, José Bezerra Gonçalves, montou um verdadeiro exército para dar cabo de Chico Chicote.
Algum tempo após aquele fatídico 02 de Fevereiro de 1927, a família Grangeiro erigiu um pequeno mausoléu em lembrança do Coronel Antônio Grangeiro, e outros três companheiros do mesmo, que foram barbaramente assassinados naquela ocasião, tendo sido degolados, e seus corpos incinerados.
Segundo Bruno Yacub, avido pesquisador do Fogo dos Guaribas e da história de Brejo Santo, o dito monumento está em rota de colisão com a nova estrada, e os marcos topográficos indicam que o mausoléu será destruído. Em visita a Bosco André, importante pesquisador do cangaço em Missão Velha, e em ligação à Heitor Feitosa, presidente do Instituto Cultural do Cariri, pude constatar a perplexidade com tamanho descaso e abuso diante do patrimônio histórico cearense.
O Cariri das Antigas repudia veementemente a demolição do mausoléu, e junto de outros tantos representantes, monta uma frente ampla contra esta agressão, e solicita ao Governo do Estado do Ceará, que reveja os estudos rodoviários naquele trecho e preserve um último fragmento da memória dos que padeceram nas mãos dos agentes de segurança do estado naquele período.
Agradecimentos especiais a Bruno Yacub.
Fotos: Bruno Yacub.
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