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A MORTE E OS FUNERAIS
Após residir durante duas décadas em Paris, e lá realizar feitos incríveis, Alberto Santos Dumont desembarcou no Brasil em 1931, deixando para trás o seu endereço na Avenida Champs-Élysées, nº 114. Com a saúde debilitada, viveria pouco tempo mais em seu país natal.
Em 23 de julho de 1932, aos 59 anos, durante a Revolução Constitucionalista, evento em que o avião fora usado maciçamente como instrumento de guerra, pôs fim a sua vida, o genial brasileiro, Alberto Santos Dumont, em um dos quartos do Grand Hotel La Plage, de Guarujá, magnifica edificação construída em 1911, a mando de Percival Farquhar, e que guardou em suas paredes diversas tragédias, como a morte repentina do ex-presidente, Manuel Ferraz de Campos Salles, e o assassinato de membros da poderosa família Matarazzo. Demolido na década de 1950, o imóvel não ficou para seguir testemunhando fatos tão importantes
Pequena estatura e excentricidade eram marcas registradas de Santos Dumont. Morto em plena guerra entre São Paulo e as forças legalistas do governo federal, o aviador só pôde ser sepultado em 22 de dezembro de 1932, no túmulo que mandou construir no cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro.
A solução encontrada pela família foi embalsamar o corpo. Transportado até São Paulo, os restos mortais de Santos Dumont foram conduzidos até o Hospital Santa Catarina, onde Walter Haberfeld, professor da Faculdade de Medicina de São Paulo, executou o embalsamamento do corpo. Um fato curioso é que o médico não descartou o coração do aviador, o guardando em segredo da família e dos amigos, fato que só veio a tona em 1944, quando o professor entregou o órgão, que hoje está exposto em uma pequena escultural no Museu Aeroespacial.
Com o fim da Revolução Constitucionalista, que chegou a ter seus combates suspensos após a noticia da morte do “Pai da Aviação”, o corpo de Santos Dumont chegou as 10:10 de 18 de dezembro de 1932, na Central do Brasil, uma das principais estações ferroviárias do país, localizada no Rio de Janeiro. Naquela manhã, aviões enchiam os céus da então capital federal, saudando o ilustre falecido, que após meses, chegava para seu velório final (o corpo também foi velado em São Paulo), e consequente sepultamento.
Após quatro dias de velório na catedral metropolitana, o corpo finalmente saiu em cortejo para o cemitério, as 19:30. Até hoje o túmulo é um dos mais visitados naquela necrópole. Durante minhas pesquisas sobre a aviação brasileira, pude reunir relevante acervo sobre momento tão triste da história do país, proveniente da Hemeroteca da Biblioteca Nacional, e que vai abaixo anexado para apreciação do leitor: